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Gol Airlines concedeu financiamento de falência de US$ 350 milhões para operações desesperadas em meio ao Capítulo 11

Gol concedeu permissão para emprestar US$ 350 milhões

SÃO PAULO (Reuters) – Em um movimento crucial para sustentar suas operações normais, a companhia aérea brasileira Gol recebeu autorização de um juiz de falências dos EUA para tomar emprestado US$ 350 milhões de seu financiamento proposto para falência. A aprovação foi concedida pelo juiz de falências dos EUA, Martin Glenn, durante uma audiência em Manhattan na segunda-feira. No entanto, embora o juiz Glenn tenha expressado preocupação em relação ao alto custo do empréstimo total de US$ 950 milhões, o advogado da Gol enfatizou a necessidade urgente desse financiamento inicial.

Custos elevados e necessidades urgentes

O advogado da Gol, Andrew Leblanc, ressaltou o desespero da empresa pelo empréstimo, afirmando que é fundamental manter suas operações e preservar o relacionamento com os arrendadores que possuem a frota de 141 aeronaves Boeing (NYSE:BA) da Gol. O não pagamento pode levar à interrupção dos trabalhos de manutenção ou mesmo à reintegração de posse dos aviões pelos arrendadores. Documentos judiciais revelam que o empréstimo tem uma taxa de juros superior a 15%, com honorários adicionais de US$ 235 milhões e a possibilidade de incorrer em mais honorários advocatícios no futuro. Leblanc compartilhou ainda que a Gol pretende aproveitar as proteções legais fornecidas pelos processos de falência do Capítulo 11 para proteger seus arrendamentos contra interferências externas. Ele também revelou que uma companhia aérea concorrente já tomou medidas para abordar os arrendadores da Gol, tentando atraí-los por meio da “caça furtiva” das aeronaves da Gol.

Pedido de falência e dívidas

A Gol entrou com pedido de proteção contra falência, Capítulo 11, na última quinta-feira, sobrecarregada com uma dívida total de cerca de US$ 8 bilhões no balanço patrimonial. Nos próximos 12 meses, a empresa enfrentará 2,7 mil milhões de dólares em passivos, incluindo 647 milhões de dólares para futuras viagens aéreas que já foram compradas, 359 milhões de dólares devidos a arrendadores de aeronaves e 292 milhões de dólares devidos a credores. A companhia aérea se junta a uma lista crescente de companhias aéreas latino-americanas que buscam proteção contra falência nos Estados Unidos devido aos impactos contínuos da pandemia da COVID-19 e aos desafios em seu relacionamento com a Boeing. A Gol tinha planos de expandir sua frota com novas aeronaves em 2023, mas enfrentou atrasos causados ​​pela paralisação dos jatos 737 MAX da Boeing em 2019. No entanto, a Gol experimentou um aumento na demanda pós-pandemia, com sua receita aumentando 16%, para US$ 4,66 bilhões em 2023, de acordo com documentos judiciais. Exemplos recentes de outras companhias aéreas que passaram com sucesso por reestruturações de falência nos EUA incluem LATAM Airlines (OTC:LTMAY), Grupo Aeromexico SAB e Avianca Group International Limited.


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