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A decisão de liquidação da Evergrande baseia-se na decisão do tribunal de Hong Kong, impacta o centro financeiro

Plano de fundo

Um tribunal de Hong Kong ordenou que o China Evergrande Group, o desenvolvedor mais endividado do mundo, com quase US$ 300 bilhões em passivos, fosse liquidado depois de não conseguir chegar a acordos com credores offshore por aproximadamente 18 meses.

Plano de reestruturação da dívida esperado

De acordo com fontes não identificadas, os credores offshore antecipam que o liquidante, Alvarez & Marsal (A&M), irá primeiro propor um novo plano de reestruturação da dívida offshore antes de prosseguir com a liquidação da empresa se um acordo não puder ser alcançado.

“Se possível, geralmente é melhor para um síndico reestruturar a empresa em vez de liquidá-la”, disse Derek Lai, líder global em insolvência da Deloitte.

Entraves regulatórios e estabilidade social

A Evergrande deixou de pagar a sua dívida em 2021 e teve várias propostas de reestruturação falhadas devido a uma investigação à sua principal unidade onshore e ao seu presidente. A nomeação de um liquidatário poderia ajudar a superar este obstáculo regulatório e facilitar um novo plano de reestruturação.

Dado o tamanho da empresa e o impacto potencial na estabilidade social, espera-se que as discussões de reestruturação envolvam ampla comunicação com as autoridades de Pequim e Guangzhou, onde a Evergrande está sediada, bem como com reguladores como a Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Comissão de Reforma.

Reconhecimento pelos Tribunais do Continente

Caso as negociações com os credores fracassem, a velocidade e o progresso da liquidação de Evergrande dependerão do reconhecimento ou não da decisão do tribunal de Hong Kong pelos tribunais do continente. Este reconhecimento permitiria aos credores confiscar ativos chineses onshore que não foram dados como garantia, um processo que pode levar vários anos para ser concluído.

No entanto, pode surgir um conflito potencial entre credores onshore e offshore devido à maioria dos ativos onshore serem dados como garantia a credores onshore, incluindo bancos e parceiros de negócios.

Desafios e apoio potencial

Jonathan Leitch, sócio da Hogan Lovells em Hong Kong, explicou que existem várias formas pelas quais os tribunais da RPC podem recusar-se a reconhecer ou ajudar os liquidatários de Hong Kong ao abrigo do protocolo transfronteiriço. Embora um esquema piloto tenha sido criado em 2021 para reconhecer processos de insolvência ordenados por Hong Kong em certas cidades, a situação da Evergrande envolve subsidiárias espalhadas por toda a China, exigindo que o liquidatário vá a tribunal em cada cidade onde estas subsidiárias estão sediadas para obter o controlo.

Historicamente, os tribunais de Hong Kong emitiram ordens de liquidação de inúmeras empresas chinesas, mas o procedimento transfronteiriço apresentou desafios. Os governos locais têm por vezes tratado injustamente os credores offshore, embora o envolvimento dos governos provinciais tenha facilitado processos mais suaves.

O curso de ação do liquidatário

Após a sua nomeação como liquidante, a A&M anunciou que visitaria imediatamente a sede da Evergrande para compreender os assuntos da empresa e determinar os melhores interesses dos credores e outras partes interessadas.

A&M é uma empresa global especializada em consultoria e reestruturação financeira.


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