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As advertências da Nike e da Apple indicam fraqueza persistente na economia da China

Recuperação prejudicada pela fraca demanda do consumidor

A recuperação económica pós-COVID da China foi atenuada pela fraca procura dos consumidores, fazendo com que as vendas ficassem aquém das previsões. Esta tendência coloca desafios às empresas que operam na China, apesar dos esforços de Pequim para estimular o crescimento económico. A procura do consumidor permanece fraca, mesmo enquanto a economia tenta recuperar o equilíbrio.

Nike reporta vendas mais fracas do que o esperado na China

No seu relatório fiscal do segundo trimestre, a Nike reportou vendas mais fracas do que o esperado na China. Embora a gigante do vestuário desportivo tenha superado as previsões de lucros, o seu ganho de receitas de 1%, para 13,39 mil milhões de dólares, ficou aquém dos 13,43 mil milhões de dólares previstos. As vendas na Grande China aumentaram 4%, para US$ 1,86 bilhão, mas esse crescimento ficou abaixo das expectativas, sinalizando uma desaceleração em relação ao trimestre anterior.

Desafios enfrentados pela Nike e rivais

Os decepcionantes números de vendas da Nike tiveram um efeito dominó sobre seus rivais. As ações da Nike caíram mais de 10%, enquanto a Adidas e a Under Armour caíram 5% e 3%, respectivamente. A Foot Locker, que conta com produtos Nike em suas lojas, também teve queda de 4% em suas ações. Estes resultados destacam os desafios enfrentados pelas empresas que operam no mercado chinês.

Demanda do consumidor e experiência da Apple

A Apple, a gigante da tecnologia, também sofreu um declínio nas receitas trimestrais na China. As receitas na China, o seu terceiro maior mercado, caíram 2,2%, para 15,1 mil milhões de dólares, bem abaixo da expectativa de Wall Street de 17 mil milhões de dólares. A Apple teve que lidar com a diminuição da demanda dos consumidores, bem como com a decisão de Pequim de proibir o uso de iPhones por funcionários do governo. Além disso, os clientes nacionais estão optando por marcas de tecnologia chinesas locais em vez de nomes estrangeiros.

A economia enfraquecida e as preocupações da China

Os avisos da Nike e da Apple indicam que a economia da China continua a definhar mesmo após a remoção das políticas rigorosas relativas à COVID-19. Apesar dos esforços de estímulo do governo central, persistem obstáculos importantes, especialmente no sector imobiliário endividado. Foram levantadas preocupações sobre um potencial momento “Lehman”, que levou à diminuição da confiança do consumidor, a menos gastos e ao aumento da poupança por precaução. Também estão surgindo sinais de deflação.

Implicações para empresas dos EUA e ganho potencial

Os estrategistas do Bank of America alertaram sobre os riscos que representam para uma série de empresas dos EUA devido à estagnação da economia da China. Essas empresas incluem Applied Materials, Broadcom, Wynn Resorts e Qualcomm. Contudo, as dificuldades económicas da China poderão beneficiar a economia dos EUA, reduzindo potencialmente a pressão inflacionista. O veterano do mercado Ed Yardeni sugere que a fraca economia da China contribui para moderar a inflação dos bens sem desencadear uma recessão nos EUA, referindo-se a isso como “desinflação imaculada”.


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