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Tesla enfrenta forte pressão sindical enquanto greves varrem a Escandinávia

Como a greve da Tesla ganhou força?

A greve dos mecânicos afiliados ao sindicato dos metalúrgicos suecos, IF Metall, ganhou força desde então. Trabalhadores solidários de vários setores estão a recusar os seus serviços para pressionar a Tesla. Entre os que tomaram medidas estão membros do sindicato dos transportes do país, que pararam de coletar resíduos dos centros de serviço da Tesla. Funcionários da Hydro Extrusions, fornecedora de componentes da Tesla, recusam-se a fabricar peças para carros elétricos. Pintura, limpeza e manutenção elétrica de veículos e instalações da Tesla também foram suspensas por diferentes sindicatos.

Até os funcionários dos correios aderiram ao protesto. Eles pararam de entregar placas para novos veículos Tesla, o que levou a Tesla a tomar medidas legais contra a Agência Sueca de Transportes e a empresa de entrega PostNord. Enquanto a greve continua, os tribunais ainda deliberam sobre o assunto.

A greve não se limitou apenas à Suécia. Os trabalhadores portuários na Dinamarca recusam-se a descarregar os veículos Tesla que chegam aos portos, enquanto os sindicatos na Finlândia e na Noruega emitiram avisos de que aderirão à greve se a disputa continuar sem solução.

Além dos trabalhadores em greve, a Tesla enfrenta pressão de investidores institucionais. Dezesseis investidores proeminentes, incluindo KLP e PensionDanmark, escreveram ao presidente do conselho da empresa, expressando preocupação com a disputa trabalhista. Esta pressão resultou no desinvestimento de algumas ações da Tesla por organizações como o fundo de pensões dos professores da Dinamarca, Paedagoernes Pension.

Por que os sindicatos são tão fortes na Escandinávia?

Na Escandinávia, os sindicatos desempenham um papel significativo nos acordos de negociação coletiva. A Suécia, em particular, apresenta uma elevada taxa de sindicalização, com nove em cada dez trabalhadores abrangidos por tais acordos. O processo de negociação entre sindicatos e empregadores é em grande parte independente, sem envolvimento significativo do Estado. Este sistema contribui para menos greves em comparação com países com mais intervenção estatal, como França e Alemanha.

O sindicato IF Metall destaca como os acordos coletivos permitem uma concorrência leal e evitam que os empregadores imponham condições desfavoráveis ​​aos seus empregados. O sucesso deste modelo é exemplificado pela cadeia de brinquedos Toys R Us, que iniciou operações na Suécia com uma força de trabalho não sindicalizada em 1995.

Elon Musk tem manifestado abertamente a sua oposição aos sindicatos, expressando o seu desacordo com a ideia em vários casos. Ele acusou os sindicatos de espalharem negatividade dentro das empresas e negarem que a Tesla opere com uma hierarquia de riqueza devido ao seu programa de opções de ações. Musk entrou em confronto com o United Auto Workers nos Estados Unidos e lutou ferozmente contra os desafios sindicais às práticas da Tesla.

O que pode acontecer a seguir?

A agitação laboral na Escandinávia chamou a atenção dos organizadores sindicais na Alemanha, onde a primeira gigafábrica europeia da Tesla foi estabelecida em 2022. A fábrica, localizada perto de Berlim, emprega aproximadamente 11.000 pessoas. Embora os trabalhadores e sindicatos alemães estejam proibidos de participar em greves de solidariedade, a situação pode encorajar os trabalhadores da linha de produção da Tesla a procurar representação sindical local. O sindicato IG Metall da Alemanha levantou preocupações sobre a segurança ocupacional na fábrica após relatos de acidentes e problemas de saúde, resultando em altas taxas de doenças entre os funcionários da Tesla.

À medida que a greve na Suécia continua e potenciais ações se aproximam na Alemanha, a disputa laboral coloca desafios à Tesla, tanto em termos de gestão de greves em curso como de resposta às preocupações crescentes dos sindicatos relativamente aos direitos e condições dos trabalhadores.


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