Visão geral
O governo da Venezuela estima um aumento de 27% nas receitas da empresa petrolífera estatal PDVSA no próximo ano, conforme revelado numa proposta orçamental não publicada para 2024. O relaxamento das sanções dos EUA, juntamente com as eleições presidenciais planeadas e a estagnação da produção, contribuíram para esta previsão positiva. A administração do presidente Nicolás Maduro espera que os gastos totais atinjam 20,5 mil milhões de dólares em 2024, representando um aumento significativo de 39% em relação ao ano anterior.
Alívio de sanções e gastos sociais
O alívio das sanções, actualmente previsto para durar até Abril (a menos que os EUA revertam a sua decisão), resultou no aumento dos preços do petróleo venezuelano. Os analistas prevêem que este aumento no rendimento levará a maiores gastos sociais, à medida que o governo procura garantir apoio nas próximas eleições presidenciais, onde Maduro deverá concorrer à reeleição. O documento sugere que as receitas provenientes das exportações de petróleo e dos impostos pagos pela PDVSA cobrirão 58% dos gastos totais do governo, totalizando aproximadamente 11,9 mil milhões de dólares. Em contrapartida, as contribuições da PDVSA este ano foram de US$ 9,34 bilhões.
Implicações orçamentárias
É essencial observar que o aumento nas contribuições da PDVSA para o orçamento não reflete o aumento total potencial nas receitas da empresa, uma vez que uma parte dos seus lucros é alocada para outros fundos que carecem de transparência. Além disso, a proposta orçamental não inclui estimativas específicas de preços para o petróleo bruto ou projecções de produção para o próximo ano. A Reuters entrou em contato com o Ministério das Comunicações e com a PDVSA para comentar, mas não recebeu resposta imediata.
Reavaliação de sanções
Embora os EUA tenham aliviado as sanções em outubro, depois de o governo de Maduro ter estabelecido um acordo relativo às eleições presidenciais com a oposição, a administração Biden está a considerar restabelecê-las devido ao fracasso do governo em libertar prisioneiros políticos e norte-americanos “detidos injustamente”. Vale a pena destacar que as receitas petrolíferas da Venezuela sofreram no passado devido à insuficiência de infra-estruturas e à falta de investimento.